A afirmação vinha com olhos firmes diante da mãe ditadora. Quase com um ar de desafio, insistia que dizia o que tinha acontecido mesmo diante do desmentido dos fatos. Nu diante das acusações, cobriu-se na mentira como uma manta e agiu como se vestisse um elegante smoking. Era aquilo e nada mais. O mais justo era crer nele.

A mãe desconfiava, mas se sentia mal. Ditadora ou não, nenhuma entidade maternal quer criar um mentiroso. Fitou os olhinhos absolutamente verdadeiros e consentiu. Os olhos são a janela da alma e aquela dizia a verdade. Só podia ser.

Virou-se de costas enquanto a criança suspirava em um riso redondo. Seu sorriso era verdadeiramente alegre. Pode acreditar.

escrito por tcordeiro
Meu nome é Tiago Cordeiro e trabalho com conteúdo (textos, roteiro, ficção e não ficção) e digital. Atualmente, sou roteirista e sócio da Scriptograma.

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