As vezes tenho dúvidas se fiz o certo em voltar ao Rio de Janeiro. Em outras, tenho certeza.
Ontem, foi um dia de chuva intenso e, ao sair de casa, estava sem guarda-chuva. Então era eu, um casaco e uma árvore que me protegia muito mal e porcamente da chuva. E assim ia vivendo conformado, aceitando meu destino.
E chega um desconhecido do meu lado e diz algo que não entendo. Peço para repetir e aí a pergunta sai bem clara:
– Quer uma carona? – diz ele, apontando para o guarda-chuva. Aceitei e o cara ficou ali, conversando comigo e me ajudando a fugir do temporal. Por coincidência, acabamos pegando o mesmo ônibus.
A solidariedade carioca deveria ser tombada como patrimônio cultural.