Acabo de ver Crimes Delicados, com texto de José Antônio de Souza e dirigida por Marcus Alvisi. Um release que encontrei por aí diz que a peça fala sobre “a violência implícita que existe no subconsciente do ser humano.” Com muito menos pretensão colocaria o texto no patamar do melhor do humor negro.
Não falo do termo no que se tornou com a internet, com piadas de mau gosto de Danilo Gentili e outros “humoristas”, mas como algo ligado a morte e temas sombrios. Na trama, encenada no Teatro Dulcina no Rio, um casal de classe média alta resolve tramar um assassinato. Mas eles estão encurralados com a forte resistência da vítima aos ataques da dupla.
É uma história na linha do ótimo A Morte Lhe Cai Bem, dirigido por Robert Zemeckis e com Meryl Streep, Goldie Hawn e Isabella Rossellini. São comédias sobre a morte. E rir de gente com buraco pelo corpo ou sendo decapitado por serra elétrica não são tarefas fáceis, mas possíveis. Adoro e admiro quem consegue fazer isso com estilo, ainda mais em tempos que tem gente que acha que piada sobre estupro são boas.