Todo mundo poderia ter um clone. Ele receberia nossas reprimendas, checaria nossos saldos negativos e ouviria as nossas más notícias. Poderíamos dormir tranquilos enquanto nosso clone ficasse de plantão, com o celular ao lado. Teríamos nossos sonhos lindos enquanto eles viveriam a tensão de não poder dormir sem o chamado da labuta.
Nosso clone sofreria nossas inseguranças, viveria nossos medos e sentiria nossas dores. E, de noite, quando gemesse sua infelicidade, sofreria sozinho a nossa dor na consciência por fazer alguém sofrer tanto.
E sem dor seríamos livres para apenas sorrir e sentir a felicidade das pequenas coisas, sem nunca se preocupar com o sofrer. E acharíamos bons não nos acharmos nem mesmo em nossa própria cópia genética.