Hoje peguei um táxi até o trabalho. E cometi algo que, para muitos, poderia ser um erro terrível: Conversei sobre política com o taxista.
Explico: muitos entre nós classe média que não acreditam em terra plana, que o George Soros quer transformar o mundo em um império comunista e que cultura não é (necessariamente) de esquerda temos o preconceito contra a visão de mudo de motoristas de táxis. Nessa bobagem, a figura mítica do “taxista reaça”, aglutinaria o pior bolsonarista que você pode encontrar por aí.
No meu caso, o motorista começou reclamando do centro do Rio de Janeiro visivelmente abandonado em áreas que Eike comprou terreno para reformar e nada foi feito. Chegou a dizer que sua filha dele, advogada, “só acreditaria no Brasil quando o Gilmar Mendes for preso”.
Retruquei que o maior problema do Brasil não era corrupção. Mas ter gente com auxílio-moradia enquanto não tem maca em hospital público, etc. Enfim, a desigualdade validada pela constituição sem poder ser chamada de algo corrupto.
A gente conseguiu chegar até o fim da viagem seguindo nessa conversa. E nos despedimos de forma educada. De repente, dá certo.