Há tempos antes da luz, os homens e as mulheres não sabiam o que era o mundo. Até que caminharam em direção a uma luz e dela viram o seu horizonte. Acharam seu sol.
Mas deixaram algo ou alguma coisa para trás.
E esta coisa sempre quis que a humanidade voltasse. E que as coisas voltassem a ser como antes.
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Marcos divulgou uma corrente entre amigos que explicava que o vereador assassinado tinha envolvimento com traficantes. A informação ganhou peso e virou verdade. A assistente do vereador, que se candidatou com o discurso de defender suas ideias, não se elegeu. Àqueles que repetiram aquela mentira, sim.
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Suzana prendeu o filho no quarto de empregada. Todos os dias lhe batia com cabo de vassoura até que se cansasse “ou que você fale como homem”.
O menino jamais falou como ela queria. Nunca mais.
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Rafael sabia que todos os adoradores do comunismo eram virtuais defensores da pedofilia. Ligou muito rapidamente os pontos quando aquele vizinho defendeu o namorico entre seu filho e sua irmã. Ela era uma criança de apenas 13 anos seduzida pelo rapaz de 15. Não hesitou em empurrá-lo da escada quando teve a oportunidade e ver seu corpo cair. Cair. E cair.
O corpo no fundo se desvelou em sangue.
“Vermelho”, pensou.
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Não era um deus. Pois não possuía inteligência própria. Mas tinha suas vontades e desejos.
Era mais uma deidade.
E tudo o que queria era ficar ali novamente. Havia esquecido de como era ter a humanidade para si e agora não queria mais deixá-los. E, em troca, daria aos homens e mulheres tudo o que quisessem. Desde que o alimentassem com a mesma paixão e sentimento.
E assim seria. Até que a banissem. Mas isso seria outra história e em outro tempo. Uma corrente que ainda não foi escrita.