Somos pessoas pela metade com muitas partes, que não fabricam mais, faltando. Podemos tomar cuidado com tudo o que escrevemos e abordamos, mas temos que encarar a verdade: nossa cara está ali. No conto que redigimos, no roteiro que nos foi encomendado ou no livro que levou meses para escrever. Somos nós.
Nenhum autor escreve um texto ou roteiro sem se expor. É uma revista pornográfica nas entrelinhas com nossas fotos ali. A relação com nossa mãe, pai, amigos, filhos e com nós mesmos. O texto é um divã e o público aquele analista que só escuta.
Mas essa terapia funciona. Ao menos é o que dizem. Ou melhor, escrevem.