Todo mundo poderia ter um clone. Ele receberia nossas reprimendas, checaria nossos saldos negativos e ouviria as nossas más notícias. Poderíamos dormir tranquilos enquanto nosso clone ficasse de plantão, com o celular ao lado. Teríamos nossos sonhos lindos enquanto eles viveriam a tensão de não poder dormir sem o chamado da labuta.

Nosso  clone sofreria nossas inseguranças, viveria nossos medos e sentiria nossas dores. E, de noite, quando gemesse sua infelicidade, sofreria sozinho a nossa dor na consciência por fazer alguém sofrer tanto.

E sem dor seríamos livres para apenas sorrir e sentir a felicidade das pequenas coisas, sem nunca se preocupar com o sofrer. E acharíamos bons não nos acharmos nem mesmo em nossa própria cópia genética.

escrito por tcordeiro
Meu nome é Tiago Cordeiro e trabalho com conteúdo (textos, roteiro, ficção e não ficção) e digital. Atualmente, sou roteirista e sócio da Scriptograma.

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